domingo, 13 de julho de 2008

Desconexo

Calos de andarilho lunático

Calam-me os passos gastos

Falam nos telhados os gatos

O esperanto da espera apática

Miado entre equador e ártico.

Me recato, em nada enfático.

domingo, 6 de julho de 2008

Não pertenço a R

Entendo de gente,

de assuntos esotéricos

à sentimentos dramáticos,

para tudo o que se sente

dou conselhos fantásticos.


Para equações numéricas

sou um demente lunático,

protótipo de incógnita

elevado ao neurótico

perdido na matemática.

Amáveis indomáveis

Não chegues tão perto!

Mora uma ave de rapina,

Uma ave ferida,

No oco deste tronco branco.


No cerne do deserto,

Suas inertes retinas

Refletem da partida

Pegadas de um santo manco.


Tal destino incerto,

Qual paralela sina:

Cravelha de duas vidas

Em negras plumas, e negro manto.